quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Faltam casas para os jovens de Maputo


Cecília Sicanso
Acesso à terra, taxas de juros altas e políticas elitistas dificultam esta camada social a ter uma habitação. Uma situação que leva muitos jovens da capital moçambicana a ter que compartilhar a mesma dependência.

Cecília Sicanso, de 28 anos de idade, vive momentos difíceis por falta de uma habitação própria. Reside no Bairro das Maotas, em Maputo, onde paga uma renda mensal de oito mil meticais. O salário que ganha como funcionária do Tribunal Supremo não chega para as despesas de Cecília, mãe de uma filha e com um segundo bebé prestes a nascer.

Já pensou em construir, mas as políticas de habitação preconizadas pelo governo não são favoráveis. As taxas de juros são muito altas: variam de 22 a 25% e são concedidas somente a cidadãos com um rendimento médio alto e com certo mérito.

Tardel de Guimarães
Tardel de Guimarães, outro jovem na faixa etária dos vinte, também se queixa deste problema, mas defende que os jovens devem esforçar-se mais e dar o seu melhor para garantir o próprio futuro.

O presidente do Conselho da Administração do Fundo para o Fomento de Habitação, Rui Costa, desdramatiza a situação e diz que as políticas daquela instituição do governo são favoráveis a todas as camadas sociais. Segundo este responsável, as taxas de juro rondam os 8%.

Para minimizar o problema da falta de habitação na cidade de Maputo, muitos jovens recorrem a medidas alternativas. Há quem compartilhe a mesma dependência e, nalguns casos, até o mesmo quarto. Uma solução extrema é o regresso às províncias, onde o problema da terra não tem a mesma dimensão que nas cidades.

Idalina Patia

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