O dia-a-dia de quem trabalha em Maputo é um autêntico drama devido à falta de autocarros e ao congestionamento no trafégo. A edilidade já prometeu resolver o problema a partir do próximo ano.
A vendedeira de legumes Delfina Miguel, de 37 anos, que trabalha no Mercado Municipal de Maputo é uma das vitímas do sistema de transportes. Compra a mercadoria no Mercado de Zimpeto, mas leva cerca de duas horas a chegar ao seu posto de trabalho.
Se o transporte rodoviário de passageiros fosse mais eficiente, a comerciante poderia trabalhar mais e ganhar mais dinheiro. “Perco negócio porque as seis horas o mercado já está aberto e os clientes vêm aqui e não me apanham, porque ainda estou a comprar mercadoria”, lamenta Delfina Miguel.
Para além da insuficiência de autocarros há uma indisciplina generalizada dos operadores que encurtam as rotas, considera o Presidente da Associação dos Transportadores rodoviários de Maputo, Samuel Nhatitima.
A vendedeira de legumes Delfina Miguel |
O parque de automovéis em Maputo passou de 185.392 para 290.607 veiculos entre 2004 e 2008, segundo dados do Ministério dos Transportes e Comunicações.
O Conselho Municipal vai intervir, reordenando a rede de estradas da zona urbana, num projecto avaliado em mais de três mil milhões de meticais. Prevê-se entre outras acções a eliminação dos passeios centrais e a criação de faixas de rodagem específicas para autocarros de passageiros.
A edilidade pretende igualmente, num outro projecto, modernizar a sinalização. Para isso vai montar camâras de filmagem nas principais ruas e um centro de controlo que permitirá visualizar o trafégo em tempo real.
Enquanto se aguarda pelos resultados destes projectos, a vendedeira Delfina Miguel pensa já noutras soluções como, por exemplo, comprar uma viatura própria.
Sérgio Mamudo
Sérgio Mamudo
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